Quase 300 detenções por suspeita de terrorismo na Turquia

Quase 300 detenções por suspeita de terrorismo na Turquia.

Quase 300 alegados membros de organizações terroristas foram detidos nos últimos cinco dias numa operação contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em toda a Turquia, anunciou hoje o ministro da Justiça, Ali Yerlikaya.

“Durante as operações que decorrem há cinco dias contra o PKK em 51 províncias, foram capturados 282 alegados membros de organizações terroristas”, disse o ministro na rede social X, numa altura em que continua o diálogo iniciado pelo Governo turco com o PKK com vista a uma trégua.

O PKK, movimento separatista classificado como terrorista por Ancara e pelos seus aliados ocidentais, trava uma luta armada contra o Governo turco desde a década de 1980 e mantém bases na região autónoma do Curdistão, no norte do Iraque, onde também estão instaladas bases militares turcas.

Sessenta destas detenções foram ordenadas hoje de manhã e tiveram como alvo, entre outros, membros do principal partido pró-curdo DEM, 52 das quais foram executadas, segundo um comunicado do procurador de Istambul.

“É claro que a possibilidade de uma solução e de paz está a começar a fazer com que algumas pessoas percam o sono”, disse o DEM, a terceira maior força no parlamento turco, envolvida no diálogo entre Abdullah Öcalan – o fundador do PKK, preso há 26 anos – e as autoridades turcas.

“Todos os dias são realizadas operações contra aqueles que querem uma solução e a paz”, acusou.

No outono passado, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o seu principal aliado nacionalista contactaram o líder histórico do PKK, Abdullah Öcalan, detido desde 1999 numa ilha ao largo de Istambul, com a perspetiva de o libertar se este apelasse aos combatentes do PKK para deporem as armas.

No final de dezembro, Öcalan disse estar determinado a prosseguir o diálogo com Ancara, referindo-se a uma responsabilidade histórica, segundo os deputados do DEM que se encontraram com ele.

O PKK, que trava uma luta armada contra Ancara desde 1984, é classificado como uma organização “terrorista” pela Turquia e pelos seus aliados ocidentais.

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