Não vou repisar aqui a “estória” da pouca-vergonha que ocorreu no interior do PSD, quando das eleições autárquicas de 2013, asneirada incompetente, mas retrato do carácter dos seus autores.
E prosseguiram as tolices.
Nalguns Concelhos, o PSD continua a perder eleições autárquicas, e em Freguesias também (ver o agora único caso, no Funchal, de Santa Maria Maior), porque aí o candidato foi proposto, não por apuramento do sentir da comunidade, mas por ser “próximo” ou “compadre” de fulano ou fulana, conhecidos “cavaleiros do Apocalipse” que o Partido vive, indefectíveis “núcleo duro” da “renovação”.
Os métodos antigos não são considerados “finos” por parte da “caloirada política”.
Quantos “aprendizes de feiticeiros”, autoconvencidos de “estrategas”, aturamos há uma década!…
Não sei se já aqui narrei a humilde metodologia que os apostrofados de “velhos” pela “renovação”, usavam no seu tempo. Que muitas vezes fez-nos totalistas nas vitórias municipais.
Outras vezes perdemos apenas uma Câmara. Acho que duas, se não me engano, só duas vezes. Claro, tudo isto antes da patifaria de 2013.
E tais perdas andavam nos mesmos, Porto Santo e Machico, por conhecidas razões idiossincráticas locais.
Mas o PSD Madeira/Partido da Autonomia ganhou sempre esses dois Concelhos em eleições regionais (1976-2011). E mesmo nessas eleições destinadas às referidas duas Câmaras, nesse período ganhou mais vezes do que perdeu.
Mas contemos as coisas, desde pequeninas.
O PSD Madeira/Partido da Autonomia, após a sua fundação começou com Comissões Concelhias e de Freguesias.
Mas percebeu que “à boa maneira madeirense”, uma certa rivalidade entre Freguesias, ainda que, na altura, sempre num plano saudável, complicava o ritmo que se queria imprimir e os objectivos que se pretendia alcançar.
Estatutariamente passou a haver apenas Comissões de Freguesia, que reportavam directamente à Comissão Política Regional. As Comissões Concelhias, desnecessárias, foram extintas.
Com a “renovação”, voltou-se à “primeira forma”.
Sempre dá para haver mais “gente importante”… mas de resultados inferiores aos do passado.
E, nalgumas eleições mais complexas em função do momento político, havia Freguesias onde eram estabelecidas Comissões de Sítio, numa quadrícula que cobria todo o território visado e que chegou a ser comparada com metodologia do PCP.
A escolha do candidato a Presidente do Município, quando qualquer motivo impunha ser necessária uma nova Personalidade, era a mais cirúrgica. Porque, depois, deixávamos ao Presidente escolher a sua própria equipa tal como eram os Secretários Regionais a decidir os seus Directores Regionais ou a Administrações autónomas sob sua tutela.
Já as candidaturas às Juntas de Freguesia ficavam a cargo das respectivas Comissões Políticas de Freguesia, tudo sujeito à decisão final da Comissão Política Regional (outra vez o PCP… o que chamam, impropriamente no caso “deles”, o “centralismo democrático”).
Porque o candidato a Presidente de uma Câmara Municipal deve ser uma Personalidade que resulte de consenso mínimo na sua comunidade, e não do “cartãozinho partidário”, viários meses antes, eu pedia ao meu Adjunto, o saudoso Carlos Machado, que começasse por se deslocar ao Município em questão e trocasse impressões com os Líderes naturais da Opinião Pública local: Párocos, Professores, Médicos, Enfermeiros, Empresários Agrícolas, comerciais e industriais, Notários e Advogados, outras Pessoas de indiscutível prestígio no Concelho, etc.
Curiosamente, era normal surgir sempre um nome que sobressaía, poucas vezes mais um ou dois.
Depois, eu pedia ao Carlos Machado para uma segunda volta, mas desta vez junto de aglomerados populares em bares, cafés, mercados, praças de táxis e de autocarros, etc, lançando aí o nome que havia recolhido sugestões mais consensuais dos Quadros consultados.
Quer o Leitor acredite, quer não, as opiniões da segunda volta coincidiam sempre com as da primeira.
Terceira fase, a mais difícil, onde entrava eu, convidar e convencer o Desejado. Mas acabou-se sempre por lá chegar. E passados meses no exercício do cargo, a Pessoa era como se fosse um autonomista social-democrata desde 1974.
A quarta fase eram as reuniões semestrais que eu fazia com os Filiados em todos os dez Concelhos e com todas as Freguesias do Funchal, e sempre antes de quaisquer eleições fossem para o que fosse.
Normalmente sem encontrar reticências quanto aos nomes escolhidos.
Mas as poucas… lá vinham a invocar, o “cartãozinho partidário”!…
O Leitor perguntará porque é que eu escrevo isto, sabendo que, em cada época, cada grupo dirigente legitimamente faz como lhe apetece, é seu Direito.
Escrevo para ajudar.
E para não haver muito mais asneiras. Já basta!…