O Chega reuniu-se com a Associação Nacional de Professores – Secção da Madeira (ANP) e com o Sindicato Democrático de Professores da Madeira (SDPM) para debater o estado da educação na região. O partido alerta para a falta de progressão justa na carreira, dificuldades na vinculação e a ausência de um estágio profissional remunerado, fatores que têm levado muitos docentes a abandonar a Madeira em busca de melhores condições.
Maria do Carmo Gomes, professora e membro dos órgãos sociais do partido, criticou a disparidade entre os direitos dos professores no continente e nos Açores face aos docentes da Região Autónoma da Madeira. “Não podemos aceitar que a autonomia sirva para criar injustiças. Se há direitos reconhecidos aos professores no continente e nos Açores, os docentes da Madeira têm de ter exatamente as mesmas condições”, afirmou.
O partido recorda que a recuperação do tempo de serviço dos professores vindos do ensino privado para o público foi aprovada na Assembleia Legislativa da Madeira em novembro, através de um projeto de resolução do Chega, mas o Governo Regional ainda não aplicou a medida.
Ricardo Miguel Correia, professor e candidato do Chega à ALRAM, alertou para as consequências da falta de estabilidade na carreira docente: “A escola pública madeirense está a perder professores porque o sistema não lhes dá estabilidade nem uma perspetiva de futuro. Se esta situação não for corrigida já, dentro de três anos será impossível reverter o colapso do setor.”
O partido critica ainda a posição do Governo Regional, que, segundo Ricardo Correia, tem minimizado o problema da falta de professores. “Os horários de substituição temporária têm sido distribuídos entre docentes já sobrecarregados com trabalho burocrático”, denunciou.
Maria do Carmo Gomes reforçou a necessidade de tornar a profissão mais atrativa, lembrando que muitos professores estão prestes a aposentar-se. “Sem recursos humanos, a escola simplesmente não existe”, destacou.
O Chega exige que o Governo Regional tome medidas urgentes para garantir aos professores da Madeira os mesmos direitos dos seus colegas do restante território nacional. O partido alerta que a educação, a habitação, a saúde e a segurança social estão à beira do colapso e promete não permitir que a situação continue a ser ignorada.