O Clube de Ecologia Barbusano, da Escola Secundária de Francisco Franco, realizou uma saída de campo, no dia 8 de fevereiro, ao concelho da Calheta.
O percurso a pé teve início na vertente esquerda do vale da Ribeira dos Marinheiros, onde a Levada ‘Nova da Calheta’ cruza com a Estrada Regional 101, em direção à Fajã da Ovelha. Esta levada tem origem na central hidroelétrica da Calheta e percorrendo uma extensão de 40 quilómetros, leva água até ao Sítio do Cabo – na Ribeira da Vaca, fronteira com a freguesia das Achadas da Cruz.
“Ao longo da levada, é possível observar pequenas parcelas agrícolas com árvores de fruto, cereais e leguminosas, mas também, infelizmente, áreas votadas ao abandono, onde proliferam matos – combustível para os incêndios. A floresta existente é exótica, dominada por eucaliptos e pinheiros. Lamentavelmente, os incêndios de há dois anos queimaram a maior parte destas coníferas, tendo resistindo apenas os pinheiros de maior porte. Os eucaliptos voltaram a ‘rebentar’ e o solo voltou a estar repleto de feiteiras e outras infestantes, que aumentam o risco de incêndio. Nos recantos mais húmidos e mais frescos das vertentes e do fundo dos vales, existem exemplares da floresta primitiva, como vinháticos, tis e loureiros”, descreve o estabelecimento de ensino, em comunicado.
A pausa para o almoço ocorreu no jardim da Fajã da Ovelha, localizado acima da rotunda que dá acesso ao centro populacional desta freguesia. “Infelizmente, a proximidade da pista de motocross anulou a quietude e a tranquilidade outrora existente neste local”, adita.
Já no centro da freguesia da Fajã da Ovelha, foi feita uma visita à Igreja dedicada a São João Baptista, construída no século XVIII e restaurada recentemente.
“O percurso pedestre continuou com a descida pela Vereda dos Zimbreiros, percurso calcetado que, após a passagem pelo “fio” (miradouro com vistas deslumbrantes sobre o Paul do Mar), segue em ziguezague, serpenteando a vertente direita do vale da Ribeira das Galinhas, ao longo de 1600 metros. No início desta vereda e em terrenos anteriormente agricultados, verifica-se uma abundância de malfuradas, loureiros, tabaibeiras e, mais próximo da linha de água, vinháticos e alegra campos. A proximidade à escarpa cria condições edafoclimáticas diferentes, surgindo as xerófitas indígenas, como figueiras do inferno, ensaiões e oliveiras bravas ou zambujeiros. Esporadicamente, surgem massarocos e funchos. Na parte final da vereda, é notória e preocupante a invasão por uma planta exótica que se naturalizou e que põe em causa as espécies nativas. Esta planta é popularmente conhecida por relva e deveria ser, rapidamente, erradicada.
A saída de campo terminou com uma caminhada ao longo da marginal da freguesia do Paul do Mar, que tem esta designação em virtude de, antes da construção da muralha ao longo da praia, as suas terras ficarem alagadas quando as ondas alterosas vinham de oeste ou sudoeste”, remata.