O PS-Madeira critica “a falta de respostas por parte do Governo Regional para corresponder aos cuidados necessários com a população idosa na Região”.
Em nota enviada à redação, o partido refere que desde há muito que os socialistas têm vindo a alertar para a necessidade da adoção de soluções diversificadas, que permitam responder em várias frentes, perante uma população cada vez mais envelhecida e numa condição de maior fragilidade, mas o facto é que os problemas só se agravam cada vez mais, como ainda hoje dá conta o JM-Madeira, numa notícia que revela que o lar de Câmara de Lobos está sem serviço de enfermagem durante a noite.
Isabel Garcês, deputada socialista, refere que este é só mais um exemplo de como a transição da gestão destes estabelecimentos para a esfera privada não foi feita da melhor forma por parte do Governo Regional, o qual, ainda por cima, mantém-se em silêncio perante o avolumar de problemas relatados.
De acordo com a parlamentar, esta situação agora noticiada vem ao encontro das denúncias que já têm vindo a ser feitas pelo PS, não só no que respeita à falta de profissionais nos lares e à sua valorização, como até mesmo no que se refere a equipamentos obsoletos que condicionam a prestação de cuidados. No seu entender, isto mostra uma postura reprovável e displicente por parte da Secretaria Regional da Inclusão Social e Cidadania, que optou por transferir a gestão deste estabelecimento de Câmara de Lobos, bem como do lar da Bela Vista, para privados, sem acautelar que os idosos continuassem a receber os mesmos cuidados. “É inaceitável que, perante tudo isto, a Segurança Social e a Secretaria se mantenham em silêncio, num claro sinal de desrespeito pelos utentes e pelos seus familiares”, critica.
Recorde-se que, ainda no passado mês de janeiro, o PS havia alertado para o facto de a Segurança Social estar a cortar no número de profissionais contratados que cede a este estabelecimento situado em Câmara de Lobos, quer enfermeiros, quer assistentes operacionais. Da mesma forma, em novembro, os socialistas haviam manifestado a sua preocupação com a insegurança laboral vivida por vários trabalhadores a exercer funções em lares da Região, com contratos de trabalho ao abrigo de acordos de cooperação celebrados entre a Segurança Social e instituições particulares de solidariedade social, nomeadamente no lar de Santa Teresinha, nos Canhas.
Isabel Garcês critica a postura da Secretaria Regional tutelada por Ana Sousa, lembrando que a governante continua a não ir à Assembleia dar esclarecimentos sobre os cuidados prestados aos utentes do lar da Bela vista, estabelecimento que, à semelhança do lar de Câmara de Lobos, é gerido pela associação Living Care, mediante um protocolo estabelecido com o Instituto de Segurança Social. “A senhora secretária regional, que faz por aparecer em inúmeros eventos públicos, não tem tempo para responder aos deputados e remete-se ao silêncio quando se exigem respostas da sua parte sobre um assunto tão sensível como é o cuidado dos nossos idosos”, lamenta a parlamentar.
A deputada socialista não deixa também de ser referir à deficiente articulação entre as Secretarias Regionais da Saúde e da Inclusão, que resulta numa falta de respostas eficazes para a faixa etária mais idosa, situação que acaba por ser mais visível pelo elevado número de altas problemáticas.
Como adianta Isabel Garcês, além dos lares, há que enveredar também por outras soluções que possibilitem a criação de condições de apoio para que mais idosos possam estar nas suas casas. Isto porque, como refere, as condições habitacionais de muitas famílias são determinantes para a institucionalização, ou não, das pessoas mais dependentes.
A socialista lembra, ainda assim, que, se hoje as pessoas com deficiência ou incapacidade têm prioridade na reabilitação das suas casas, isso fica a dever-se ao PS, que viu aprovada uma proposta sua neste sentido na Assembleia Legislativa da Madeira, que prevê apoios à aquisição, construção e recuperação de habitações pertencentes a famílias carenciadas e pessoas com deficiência ou incapacidade igual ou superior a 60%. Caso contrário, frisa, estas pessoas continuariam a ser esquecidas pelo atual Governo.
A deputada alerta para a importância de diversificar as respostas para a população mais vulnerável, dando conta igualmente da necessidade de valorizar os profissionais que trabalham nesta área e que, muitas vezes, são sujeitos a uma elevada sobrecarga de trabalho. Só assim, vinca, será possível garantir os melhores cuidados a estas pessoas.