Os democratas elegeram hoje Ken Martin, o líder do partido em Minnesota, como presidente nacional, escolhendo um representante político discreto do centro-oeste para coordenar a resistência à presidência de Donald Trump.
Ken Martin sucede a Jaime Harrison, da Carolina do Sul, que não se recandidatou, no Comité Nacional Democrata.
“Levamos um ‘murro’ em novembro”, afirmou hoje Martin, de 51 anos, acrescentando, no entanto, ser “hora de sair do tapete, sacudir a poeira e voltar à luta”.
Martin é um dos protagonistas na tentativa de retorno do Partido Democrata, à medida que Trump leva ao limite os seus poderes presidenciais.
A votação decorreu nos subúrbios de Washington, onde mais de 400 membros de todos os estados e territórios se reuniram para o encontro de inverno do Partido Democrata.
Martin e o presidente do partido em Wisconsin, Ben Wikler, prometeram reorientar a mensagem democrata para os eleitores da classe trabalhadora, fortalecer a estrutura democrática em todo o país e melhorar o sistema de resposta rápida anti-Trump do partido.
Martin e Ben Wikler comprometeram-se ainda a manter a proximidade a questões como a diversidade e os grupos minoritários, pilares do partido.
Na corrida estavam também o ex-governador de Maryland, Martin O’Malley, e o funcionário da administração Biden, Faiz Shakir, que geriu a última campanha presidencial do senador de Vermont, Bernie Sanders.
Antes do início da votação, a candidata Marianne Williamson surpreendeu os membros do Comité Nacional Democrata ao apoiar Martin como “a melhor hipótese de cortar com a corrupção financiada por bilionários que, de outra forma, obstruirá e limitará as possibilidades” dos democratas.
A maioria dos presentes reconheceu que o partido ficou enfraquecido, mas poucos prometeram mudanças fundamentais, uma vez que quase três meses após as eleições, há pouco consenso sobre o que correu mal.
A eleição ocorreu menos de duas semanas após a tomada de posse de Trump e numa altura em que os democratas estão a ter dificuldades em acompanhar o elevado volume de ordens executivas, perdões, mudanças de pessoal e relações controversas da nova administração.
De acordo com uma sondagem da Universidade Quinnipiac, divulgada esta semana, apenas 31% dos eleitores têm uma opinião favorável sobre o Partido Democrata.