JPP compara investimentos no campo de golfe e na saúde e aponta “discrepância nas prioridades”

O JPP apontou, esta sexta-feira, para a existência de uma “gritante discrepância” nas prioridades políticas e de governação, usando o investimento no campo de golfe da Ponta do Pargo como exemplo, e em contraste com os montantes afetos aos programas da saúde.

Junto ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, o deputado Paulo Alves relembrou os valores previstos para a construção do campo de golfe da Ponta do Pargo, na ordem de 20 milhões de euros, incluindo oito milhões de euros para expropriações, e comparou-os com os 11 milhões de euros reservados ao Programa de Recuperação de Cirurgias e ao Programa Especial de Acesso a Cuidados de Saúde.

Citado numa nota divulgada pelo partido, o parlamentar atualizou as contas e diz que o montante inicial de 20 milhões de euros previstos pelo Governo Regional já foi ultrapassado, atingindo atualmente os 24 milhões de euros, onde estão incluídos 450 mil euros para a construção de uma lagoa para regar a relva. “Significa que o Governo investe quase 24 milhões de euros para um grupo de pessoas endinheiradas jogarem golfe, enquanto, neste momento, temos um Programa de Recuperação de Cirurgias (PRC) suspenso, ao mesmo tempo que mais de duas dezenas de pessoas permanecem nos corredores do hospital à espera de internamento, tudo porque faltam camas disponíveis”, critica.

O deputado diz que “enquanto uma pequena elite pratica golfe num campo construído com dinheiros públicos, nas prioridades de Miguel Albuquerque e Pedro Ramos fica a faltar dinheiros públicos para manter ativo e reforçado o PRC, onde os mais de 18 mil madeirenses desesperam por uma cirurgia, numa Região que tem mais de 92 mil pessoas referenciadas nas listas de espera para consultas, exames e cirurgias, é esta verdade que tem de ser esclarecida à população”, insurge-se Paulo Alves.

O deputado mostra outra contradição que encontrou na comparação com os orçamentos da Região para 2024 (o que está em vigor) e o de 2025 (reprovado na ALRAM). “As previsões orçamentais para o PRC no Orçamento Regional para 2025 previam a redução do valor em mais de 300 mil euros, quando comparado com o que foi orçamentado para 2024”, explica. “Ou seja, Miguel Albuquerque e Pedro Ramos retiraram mais de 300 mil euros do Orçamento Regional destinado a reduzir as listas de espera para cirurgias, mas esbanjaram 450 mil euros na construção de uma lagoa para regar a relva do campo de golfe da Ponta do Pargo, uma obra que nem é para ajudar os agricultores desta freguesia durante o Verão”.

Sabe o JPP que recentemente o diretor clínico do SESARAM decidiu prolongar a suspensão do PRC até 15 de fevereiro, situação que irá ter repercussões no número de doentes em lista de espera. “Esta decisão é outro exemplo das prioridades invertidas do Governo Regional, tem um sério problema entre mãos, mas em vez de resolver, agrava-o”, frisa.

Outro exemplo governamental de prioridades invertidas. “Deslumbrado com o campo de golfe, Miguel Albuquerque aproveitou para anunciar outro deslumbre”, enfatiza o parlamentar. “Quer construir uma ponte suspensa, na Ponta do Pargo, no valor de 1,6 milhões de euros. Será que esta é uma verdadeira necessidade enquanto 18 mil madeirenses esperam e desesperam por uma cirurgia para melhorar a sua qualidade de vida?”

“Como se pode aceitar que Miguel Albuquerque e Pedro Ramos prefiram gastar cerca de 24 milhões de euros para um grupo minoritário e de amigos, jogarem golfe, em vez de ajudar 18 mil madeirenses que aguardam por uma cirurgia para terem melhor qualidade de vida?”, interroga. “Como aceitar que Miguel Albuquerque e Pedro Ramos se preocupem em promover construções megalómanas para serem utilizadas por algumas centenas de pessoas, principalmente turistas, e ignorem os milhares e milhares de madeirenses agonizados com problemas de saúde?”

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