Chega alerta para relação entre incêndios e abandono da agricultura familiar

O deputado Francisco Gomes, eleito pelo Chega para a Assembleia da República, representou o partido na audição ao diretor do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, realizada hoje no parlamento nacional. Esta sessão ocorreu no âmbito da análise que órgão de soberania tem vindo a fazer aos incêndios que devastaram a região em agosto do ano passado.

Após a sua intervenção, o parlamentar expressou preocupação com o que diz ser a relação entre a crescente ocorrência de incêndios na Região Autónoma da Madeira e o abandono do setor primário, em particular da agricultura familiar. Para Francisco Gomes, este abandono tem consequências diretas na acumulação de material combustível, aumentando o risco de incêndios de grande dimensão.

Segundo o deputado, um dos principais fatores que contribuem para o abandono da agricultura familiar é a falta de uma estratégia mais inteligente para o setor agrícola, algo que responsabiliza o governo regional. O parlamentar mais considera que a agricultura familiar tem sido esquecida ao longo dos anos, o que tem levado muitos pequenos agricultores a abandonar os seus terrenos, gerando áreas de terra produtiva que acabam por ficar ao abandono e contribuem para a vegetação seca que alimenta os incêndios.

Além disso, Francisco Gomes alertou para a inexistência de uma rede de água de rega mais eficiente na região, um problema que, no seu entender, tem dificultado a vida dos agricultores. A seu ver, a dependência das formas tradicionais de regadio torna a atividade agrícola menos competitiva e mais vulnerável às variações climáticas, forçando muitos trabalhadores rurais a desistirem das suas produções.

“A falta de investimento numa estratégia inteligente para a agricultura demonstra negligência das autoridades competentes. Sem o apoio necessário, os agricultores veem-se forçados a abandonar as suas atividades, o que resulta no aumento da massa combustível que alimenta os incêndios”, disse Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República.

O parlamentar insistiu na urgência de uma intervenção eficaz para travar o abandono do setor primário, defendendo a implementação de políticas públicas que incentivem a agricultura familiar e garantam uma gestão sustentável dos solos.

“É imperativo que o governo adote medidas concretas para apoiar os agricultores, promovendo práticas que previnam o abandono das terras e, consequentemente, reduzam o risco de incêndios florestais”, referiu.

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