Andebol/Mundial: João Ferraz vaticina que Portugal tem “seleção para muitos anos”

O madeirense João Ferraz, um dos integrantes da histórica estreia de Portugal no torneio olímpico de andebol em Tóquio2020, disse à Lusa que a seleção nacional tem futuro “para muitos anos”, após chegar às meias-finais do Mundial.

“Temos muitos jovens com muita qualidade. Temos muito potencial. Os irmãos Costa [Francisco e Martim], o Rêma na baliza, o Salvador Salvador, são todos muito jovens. Vamos ter seleção para muito tempo. Não faltando os outros, como o Frade, como todos. Estamos a jogar muito bem e está ali um grande grupo de trabalho, que tem muita confiança”, vaticinou Ferraz, depois do triunfo no prolongamento por 31-30 contra a Alemanha, na quarta-feira.

A jogar nos suíços do Suhr-Aarau desde 2019/20, numa carreira que também passou pela Alemanha, já depois do FC Porto e Madeira SAD, construiu uma carreira com quase uma centena de internacionalizações, passando pelos grandes momentos do período histórico recente – os Europeus de 2020, com o inédito sexto lugar, e 2022, o Mundial de 2021 e a histórica presença em Jogos Olímpicos.

“Nos últimos anos, a seleção portuguesa tem demonstrado que tem muito potencial. Durante muito tempo, não conseguimos o apuramento, e de há uns anos para cá temos conseguido. Fizemos o sexto lugar no Europeu, jogámos o pré-olímpico com a França, fomos aos Jogos Olímpicos, uma coisa inédita. A partir daí, fomos ganhando confiança”, analisou.

Esse caminho, diz, comprova o “muito talento” existente nesta seleção, que logrou o melhor resultado de sempre numa lógica de aproveitar “um trabalho de trás”, de muitos anos no seio da seleção, por um lado, “mas também dos clubes, como o Sporting e o FC Porto”.

“O Sporting está a jogar um andebol incrível na Liga dos Campeões e temos aproveitado um pouco do estilo de jogo, isso faz parte. Temos duas baixas importantes, o Miguel Martins e o Alexandre Cavalcanti, e mesmo assim estamos a conseguir colmatar essas falhas. O cartão vermelho ao Luís Frade fez com que o Iturriza nos aguentasse até ao fim. Acho que este grupo, mesmo pelo que fez até agora, está de parabéns”, declarou.

Na sexta-feira, frente à Dinamarca, há “qualidade” para eliminar a tricampeã do mundo, mas “não vai ser fácil, como não foi com a Alemanha, mas é possível”.

“Temos de acreditar e continuar a trabalhar, analisar muito bem o adversário”, simplificou, à ‘moda’ do discurso dominante da seleção.

Se há qualidade, do outro lado “está o número um do Mundial, a Dinamarca, toda a gente sabe disso”, mas a muita confiança que grassa no grupo mostra que podem seguir em frente.

“É uma meia-final, e se os nossos guarda-redes estiverem como na quarta-feira, em que estiveram superbem” podem seguir em frente, avaliou.

De resto, João Ferraz não deixou de enaltecer o que Hannes Wolff, com quem partilhou balneário no Wetzlar em 2015/16, fez pela Alemanha na quarta-feira, num ‘duelo’ constante com os rematadores portugueses.

“Fez 21 defesas, e mesmo assim ganhámos. Foi uma coisa incrível”, referiu.

Portugal já tinha assegurado anteriormente, com o apuramento para os quartos de final, o seu melhor resultado de sempre em seis presenças em Campeonatos do Mundo (1997, 2001, 2003, 2021, 2023 e 2025), ao melhorar o 10.º lugar alcançado em 2021, preparando-se para novo feito histórico.

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