O PAN Madeira, em nota enviada às redaçõs, explica que “tem estado no terreno, percorrendo as serras da Região, não só para plantar as árvores que prometeu, mas também para acompanhar o seu desenvolvimento e fiscalizar o trabalho realizado pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN)”.
Leia a nota de imprensa do PAN:
“Um dos casos mais alarmantes ocorre sobre o aterro de terras da barragem do Pico da Urze, uma zona sensível integrada na Rede Natura 2000. Neste local, o IFCN optou por plantar espécies nativas, o que, à partida, pareceria uma medida acertada. Contudo, é inconcebível que a mesma entidade, que investe milhares de euros na remoção e fiscalização de espécies invasoras, tenha permitido a colocação, de propósito e em vaso, de dois grandes Agaves com Crassulas, ambas incluídas na lista nacional de plantas invasoras. Esta contradição revela uma falta de planeamento e de conhecimento técnico que não pode continuar a comprometer os ecossistemas da Região.
Além disso, a falta de manutenção na área é evidente. A carqueja cresce descontroladamente dentro das redes, abafando parte da plantação, o que demonstra um abandono inadmissível de uma zona onde se deveriam concentrar esforços para a recuperação ecológica. Não basta plantar árvores, é necessário garantir que o seu crescimento é acompanhado e que as condições para a sua sobrevivência são asseguradas.
Neste sentido, o PAN Madeira considera urgente a implementação de um Plano Regional de Combate a Infestantes, com critérios que impeçam a a propagação de espécies invasoras, exigindo um planeamento sério e uma fiscalização eficiente e que inclua a identificação e mapeamento atualizado das áreas afetadas.
Além disso, propomos a criação de uma Brigada de Reflorestação das Serras da Madeira, que promovam a remoção contínua das espécies invasoras e que igualmente procedam à plantação de espécies nativas, assegurando o seu acompanhamento e a manutenção das áreas reflorestadas. Só assim se garantirá uma recuperação efetiva das nossas florestas, protegendo o património natural da Região.
“O que temos testemunhado no terreno demonstra uma falta de planeamento e uma gestão irresponsável dos nossos ecossistemas. Não podemos continuar a assistir à propagação de espécies invasoras por parte das próprias entidades que deveriam zelar pela sua erradicação. É fundamental garantir um compromisso sério e coerente com a preservação da nossa biodiversidade”, afirma Válter Ramos, vice porta-voz do PAN Madeira.
O PAN Madeira continuará a acompanhar de perto a realidade das nossas serras, exigindo soluções concretas e coerentes para a proteção dos ecossistemas florestais da Região.”