O ministro grego das migrações, Nicos Panagiotipoulos, disse hoje que a União Europeia (EU) está pronta para tomar medidas mais rigorosas em relação à migração em 2025, com foco no aumento das deportações,
O ministro disse na televisão estatal ERT que, ao contrário daquilo que se está a verificar nos Estados Unidos, não adotará os métodos usados pela administração Trump, alegando que “mandar os imigrantes de volta algemados em aviões militares é muito diferente de usar voos comerciais regulares”.
No entanto, também disse que para os europeus “a migração evoluiu de uma questão primordialmente humanitária para uma questão fundamental de segurança”.
Na quinta-feira, os ministros da migração e dos assuntos internos da UE vão reunir-se na capital polaca, Varsóvia, para analisar os esforços mais rigorosos contra a migração, apoiados pela atual presidência polaca do bloco.
Desde que assumiu o cargo, o Presidente Donald Trump adotou uma abordagem marcadamente mais dura em relação à imigração, restringindo o acesso ao asilo, enviando tropas para a fronteira entre os EUA e o México e aumentando as rusgas de imigração e as deportações aceleradas.
A Grécia é um ponto de entrada fundamental para a migração irregular, sobretudo para os que fogem das guerras ou procuram uma vida melhor.
No ano passado, registou um aumento das chegadas por via marítima, impulsionado pelas guerras no Médio Oriente. Atenas apoia firmemente os apelos de muitos Estados-Membros da União Europeia para que a UE financie diretamente a expansão dos muros fronteiriços.
As autoridades gregas informaram na terça-feira que 70 migrantes foram detidos ao largo da pequena ilha de Gavdos, no sul do país, e levados para a ilha vizinha de Creta.
O Centro Internacional para o Desenvolvimento de Políticas Migratórias, organização independente que faz análise e recomendações aos governos, considera que, este ano, há 10 grandes desafios globais no âmbito das migrações.
Segundo a análise apresentada pela organização, a UE irá debater mais a externalização dos processos de migração e pedidos de asilo, mas também a introdução de reformas que permitam o reconhecimento mútuo das decisões de regresso, a digitalização dos processos, a definição de obrigações dos regressados, o aumento das opções de regresso voluntário e o alargamento do papel da Frontex (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira) e da cooperação com países parceiros.
Apesar de a implementação do novo Pacto das Migrações (que entra em vigor em 2026) ser uma das preocupações da UE e dos seus Estados-membros este ano, a procura pela Europa de “soluções inovadoras” para a migração irregular é um dos cenários-chave de 2025.
No ano passado, o número de autorizações de trabalho concedidas a cidadãos não comunitários cresceu 8,9%, as autorizações para trabalho sazonal aumentaram 22,6% e o número de cartões azuis da UE subiu 8,8%. Uma tendência que deverá manter-se em 2025, “mesmo perante uma potencial crise económica na UE”.