Fim do mundo

O ano de 2025 começou, pelo menos para mim, com a ideia de que caminhamos a passos largos para o fim do mundo como o conhecemos. Não do planeta terra, esse pedaço de rocha continuará por cá por mais uns valentes milénios, mas o fim da vida como a conhecemos no terceiro planeta a contar do sol.

Sei que parece um pouco alarmista, até um pouco pessimista, e não, não tenho provas científicas para sustentar a minha crença, mas parece que em 2025 as evidências científicas e os factos perderam a importância. Estamos cada vez mais imersos em sensações, o que, me parece, é um grande retrocesso evolutivo. Talvez seja porque percebo o aumento dessa tendência que vejo um futuro menos promissor. Digamos assim, as coisas ficam menos pessimistas.

Voltando ao fim do mundo, acredito que não estarei cá para vê-lo, mas, infelizmente, estarei cá para observar a decadência. A data exata essa não sei, mas se pensarmos que a nossa espécie terá umas centenas de milhares de anos, o fim da mesma deverá levar outros tantos (se entrarmos na teoria de que nunca estivemos tão evoluídos quanto hoje e que não iremos mais além, pode demorar tanto tempo quanto a nossa trajetória).

Mentes mais brilhantes que a minha já se debateram sobre esse fim. Na realidade é algo que será inevitável, tudo o que tem o início tem um fim. Acaba por ser a ordem natural da vida e da humanidade. Muitos tentam prever como será, pois, se soubermos o que acontecerá teremos mais hipótese de evitá-lo. Por exemplo, e entrando no campo da ficção científica, também tirando paralelismo ao filme de 1998, “Armaggedon”, a humanidade, e são sempre os humanos, o que mostra o egoísmo estrutural que a nossa espécie se rege, tinha o seu fim graças a um asteroide, copiando o evento que até ao momento é o mais aceite para o fim dos dinossauros. No filme, e como já sabíamos o que levaria ao fim da nossa história na terra, lá encontraram uma maneira de destruir o asteroide salvando, assim, o planeta. Ou seja, o facto de sabermos como iria terminar a vida cá, levou a que houvesse uma ação para tentar contrariá-lo. É sobre isso que muitos se debatem. Primeiro encontrar o como, para depois procurar uma maneira de adiá-lo.

O fim, esse, apesar de ser adiado acabará por chegar. A forma que esse fim chega será menos sensacionalista que um filme de Hollywood, será algo gradual, como todo a maioria do fim é. Voltando ao exemplo do asteroide, o embate do mesmo na terra não provocará o fim imediato da vida na terra, serão as consequências do mesmo que levarão a isso, e essas consequências poderão levar milhares de anos.

As consequências das nossas ações de hoje não vão provocar o fim do mundo amanhã ou na próxima década, mas estão, sim, acelerando esse processo. Desde o nosso desleixo para com o ambiente e as tão afamadas alterações climáticas, ao crescimento exponencial da Inteligência Artificial, em que o controlo da mesma levanta cada vez mais dilemas éticos e morais. Tudo isso contribui para o nosso caminho em direção ao fim. O isolamento humano, o egoísmo e a intolerância, são outros fatores. Mas o mais preocupante começa a ser falta de pensamento crítico, emocional e filosófico. Estamos a perder a filosofia e com isso a nossa curiosidade, caminhando para um emburrecimento coletivo que, no fim, pode ser a nossa verdadeira queda.

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