No mundo da Ortodoxia e da Epifania, sempre foi um tempo litúrgico santificado pelo texto de São Mateus, pela luz que vinha de uma estrela que indicou a estrada celeste a Herodes e a Jesus. Religiosos que mostram os magos em adoração, como o rei Herodes massacrando os meninos inocentes de Belém. Estas cenas são representadas durante a noite num castelo como fazemos durante a noite de Natal, como dimensão política e social. Como na Alemanha, onde a tradição se guardava em cena de um Herodes maluco e violento, escondido do imperador, Henrique IV, que está em guerra contra o papa Gregório VII. Frederico I para transportar as relíquias dos magos e transferi-las de Milão, que tinham sido encontradas por Helena, mãe de Constantino, e levadas para Constantinopla.
No século IV, em Florença, para festejar os magos, realizava-se a procissão em honra de São João e Epifania. Nesta ocasião organizava-se uma congregação recordando a viagem na época dos Médicis. A procissão dirigia-se até o convento de São Marcos, para mostrar a riqueza da família dos Médicis. A dimensão espiritual deu lugar à política.
Na França, na idade média aparece a tradição (na refeição dos Reis) que se fazia com um bolo onde se escondia a fava. Luís II, de Bourbon (1339-1410), vestiu uma criança pobre de 6 anos e a tradição do bolo com a fava retornou novamente. Após esta cerimónia passou a ser um facto histórico. Sempre continuou respeitando o que São Mateus escreve no seu evangelho para além da tradição popular, continuou também a própria narração de São Mateus (Mateus.2, 1). Nesta narração, a Epifania foi um tempo do ano litúrgico e uma festa da Encarnação da luz dos Magos, que festejavam com rito do batismo da procura da paz. São João Crisóstomo, narra que os cristãos vão durante a noite buscar água que associava da Epifania do batismo de Jesus, com a tradição popular.
Esta festa aparecia também com a oferta dos magos, o ouro que significava a Divindade, a prata a Humanidade e o incenso a Morte.
Os artistas insistem sobre o significado dos dons. Isaías insiste sobre os dons que os magos levaram. Os magos são muito citados por São Cesário de Arles que é citado também por Santo Agostinho e São Beda, o Venerável. Aparecem assim os nomes dos magos, Baltazar, Gaspar e Belchior.
As relíquias dos Magos depois de serem levadas para diversas cidades foram colocadas em 3 caixas de ouro na catedral Colónia, na Alemanha, por eles erguida. Já tive a felicidade de celebrar nesta catedral, com outros peregrinos portugueses, recordando assim, os santos Magos que não voltaram para Jerusalém porque Herodes queria matar os meninos enganando aos Magos, que queria, também o conhecer, quando na verdade o seu desejo era destruí-los.