Um homem foi morto na sexta-feira pela polícia após ter ateado fogo a si próprio em frente à grande sinagoga da capital tunisina, indicou hoje o Ministério do Interior da Tunísia.
Em comunicado, o ministério refere que um homem em chamas avançou em direção a um polícia e um outro agente baleou-o para proteger o colega, tendo o polícia e uma pessoa que estava no local sido hospitalizados com queimaduras.
Segundo o ministério, o homem ateou fogo após o pôr-do-sol de sexta-feira quando se realizavam na sinagoga as orações do Sabbath.
O ministério não divulgou a identidade do homem nem o potencial motivo do ato, indicando apenas que sofria de perturbações psiquiátricas não especificadas.
A Tunísia foi historicamente a casa de uma grande população judaica, atualmente estimada em cerca de 1.500 pessoas. Os sítios judaicos na Tunísia já foram alvo de ataques no passado.
Em 2023, um guarda nacional matou cinco pessoas na sinagoga de El-Ghriba, com 2.600 anos, na ilha de Djerba, após uma peregrinação anual.
Mais tarde, nesse mesmo ano, manifestantes pró-palestinianos vandalizaram uma sinagoga histórica e um santuário na cidade meridional de El Hamma.
No ano passado, foi incendiado um jardim em frente à sinagoga da cidade costeira de Sfax.
A história recente da Tunísia foi também marcada pela auto-imolação de um vendedor ambulante em 2010, num protesto ligado ao desespero económico, corrupção e repressão, um ato que desencadeou protestos em massa que levaram à destituição do governante autocrático da Tunísia e a revoltas em toda a região, conhecidas como a primavera Árabe.