PS acusa Governo de “esconder o caos nas urgências”

Socialistas acreditam que problemas que afetam o setor da saúde podem ser solucionados por uma mudança governativa através da junção

O PS-Madeira criticou, hoje, as “prioridades invertidas do Governo Regional”, considerando mesmo que, “à custa disso, o Sistema Regional de Saúde se encontra em colapso e necessita de cuidados intensivos”.

Numa conferência de imprensa realizada à entrada do Hospital Doutor Nélio Mendonça, o líder dos socialistas criticou a direção do SESARAM por ter recusado uma visita requerida pelo Grupo Parlamentar do PS ao Serviço de Urgência, seguida de reunião com a respetiva direção, acusando o Governo Regional de, com esta postura, querer “esconder o caos nas urgências” e no setor da Saúde. Como referiu, esta recusa da visita “constitui uma violação da Constituição, já que o SESARAM, enquanto entidade pública, deve submeter-se à fiscalização da Assembleia Legislativa, através dos seus deputados”.

Paulo Cafôfo lamentou que, “ao invés de priorizar a Saúde”, o secretário regional da tutela dê “prioridade à aquisição de canecas personalizadas e a viagens aos Estados Unidos em busca de soluções tecnológicas”.

“Nós temos um Sistema Regional de Saúde que está em colapso e que precisa de cuidados intensivos e esses cuidados intensivos só poderão ser com o PS, porque, ao contrário do que diz o presidente do Governo, a falta de medicamentos não é pontual”, referiu o líder socialista, manifestando que “o que esperemos que seja pontual é a continuidade de Miguel Albuquerque à frente do Governo Regional”.

O presidente do PS-M elencou vários dos problemas que, no seu entender, afetam o setor, nomeadamente a “rutura de medicamentos por falta de pagamento por parte do Governo Regional (inclusive para doentes oncológicos, o que é gravíssimo e criminoso), a falta de pagamento aos taxistas pelo transporte de doentes e às casas de saúde mental pelo internamento dos utentes, mas também as mais de 230 altas problemáticas, que impedem os internamentos, fazem com que se acumulem doentes dias e dias nos corredores das urgências e estão a levar ao adiamento de cirurgias”.

Paulo Cafôfo referiu que a solução para estes problemas passa por uma mudança governativa, adiantando que, com um Governo do PS, irá haver uma junção das Secretarias da Saúde e da Inclusão e dos Assuntos Sociais. “Esta é uma forma de, com outra orgânica do Governo, mas também com outras pessoas, nós podermos restruturar todo o Serviço de Saúde da Região, prestando melhores cuidados e, cima de tudo, tornando a saúde uma prioridade”, declarou, sublinhando ainda que “pode faltar dinheiro para muita coisa, mas não pode faltar para a saúde dos madeirenses”.

O líder socialista aproveitou ainda para enaltecer o “trabalho extraordinário dos profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal auxiliar – nomeadamente os que desempenham funções nas urgências, que fazem das tripas coração”.

“São estes profissionais que, com a sua dedicação e o seu brio, mesmo esgotados, fazem com que este serviço de urgências, mas também o Serviço Regional de Saúde, não tenha uma pior prestação em termos dos cuidados que são prestados à nossa população”, salientou.

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