Médio Oriente: Cessar-fogo em Gaza entra em vigor no domingo

O primeiro-ministro do Qatar confirmou hoje um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, após 15 meses de conflito, avançando que a trégua deverá entrar em vigor no domingo.

O anúncio de Mohammed bin Abdulrahman Al Thani ocorreu em Doha, capital do Qatar, país mediador e que tem acolhido as negociações minuciosas indiretas que decorrem há várias semanas.

O líder do Qatar referiu que o acordo alcançado abre o caminho para dezenas de reféns israelitas regressarem a casa, confirmando a libertação de 33 reféns israelitas durante a primeira fase da trégua na Faixa de Gaza, cenário de uma guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas desde 07 de outubro de 2023.

O governante especificou que a primeira fase da trégua tem uma duração prevista de 42 dias.

“O Hamas vai libertar 33 prisioneiros israelitas, incluindo mulheres civis (…), crianças, idosos, civis doentes e feridos, em troca de vários prisioneiros detidos nas prisões israelitas. Os pormenores das fases dois e três da trégua serão finalizados quando a primeira fase for concretizada”, acrescentou numa conferência de imprensa.

Nas mesmas declarações, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani anunciou que o Qatar, o Egito e os Estados Unidos – países que passaram o último ano a tentar mediar o fim da guerra na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns – vão controlar a aplicação do acordo de tréguas através de um mecanismo de vigilância estabelecido no Cairo.

“Será criado um mecanismo de vigilância gerido pelo Egito, o Qatar e os Estados Unidos. Com sede no Cairo, este mecanismo vai envolver uma equipa conjunta dos três países para acompanhar a aplicação do acordo”, afirmou.

Momentos depois das declarações do líder do Qatar, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, descreveu o acordo como o resultado de “mais de um ano de esforços implacáveis de mediação egípcios, qataris e americanos”.

Em comunicado, enfatizou “a importância de agilizar a chegada de ajuda humanitária de emergência ao povo de Gaza para lidar com a atual situação humanitária catastrófica”.

O Hamas defendeu, também em comunicado, que o acordo de cessar-fogo em Gaza foi o resultado da “tenacidade” do povo palestiniano e da “valente resistência” do movimento.

“O acordo de cessar-fogo é o produto da lendária tenacidade do nosso povo palestiniano e da nossa valente resistência na Faixa de Gaza durante mais de 15 meses”, afirmou o movimento.

O acordo, adiantou, abriu “o caminho para a concretização de as aspirações do povo pela libertação”.

O conflito em curso em Gaza foi desencadeado por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

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