Depois de anos a denunciar um “esbanjar de dinheiros públicos” na ‘Fábrica das Algas’, mais de 50 milhões de euros, o Juntos pelo Povo (JPP) lamenta o previsível desfecho deste investimento da Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM) que “prometia o céu e a terra” em termos de independência energética da ilha do Porto Santo ao transformar algas em biocombustível.
Rafael Nunes, vice-presidente do grupo parlamentar do JPP, considera “esta decisão da EEM de vender a sua participação na unidade de microalgas do Porto Santo, o atirar a ‘toalha ao chão’ por parte desta empresa pública que investiu quantidades avultadas de dinheiro dos contribuintes num projeto megalómano, tendo por base um protótipo não testado de uma unidade de produção de microalgas que alegadamente iria produzir biocombustível que garantiria a independência energética da ilha do Porto Santo”. “A concretizar-se este ensejo seria uma revolução global na produção de biocombustível. Escusado será dizer que dos tubos esverdeados da fábrica, à saída do Porto do Porto Santo, não foi produzida uma única gota de biocombustível”, atira.
“Cinquenta e muito milhões de euros depois, e após reconversões falhadas, para a indústria da cosmética e adubos, a EEM decide vender a sua participação por seis milhões de euros. Para a História fica mais um negócio ruinoso do Governo Regional, através da sua participada EEM, uma espécie de Marina do Lugar de Baixo, versão Porto Santo, um monumento à falta de rigor na utilização dos dinheiros públicos que o JPP condenou desde sempre de forma veemente”, lembrou o deputado.
“A atuação do JPP, se os madeirenses assim o desejarem, ao nível da utilização do dinheiro público, pautar-se-á pela transparência e pelo rigor. Estamos preparados!”, garante Rafael Nunes.