O PCP realizou, esta terça-feira, uma jornada de contato com trabalhadores nas empresas e locais de trabalho, que se iniciou de madrugada na Empresa Horários do Funchal e que se prolongou até ao final da tarde com uma tribuna pública na Rua Dr. Fernão Ornelas.
Ricardo Lume, dirigente do Comité Central do PCP, referiu que ao longo do dia o partido contactou “com centenas de trabalhadores, homens e mulheres, que desempenham funções fundamentais para que a Região possa avançar e que possamos viver em comunidade, desde os motoristas dos transportes públicos, operários da construção civil, metalúrgicos, trabalhadores das autarquias, trabalhadores do sector da saúde, trabalhadores do comércio, da hotelaria e similares.
“Todos, apesar de trabalharem e diferentes sectores, denunciam o facto de não verem o seu trabalho reconhecido, através da valorização salarial nem da garantia de direitos, nem de estabilidade laboral, apesar de serem necessários todos os dias”, deu conta Ricardo Lume.
“Apesar do propalado crescimento económico e de ouvirmos diariamente que faltam trabalhadores nos mais diversos sectores a verdade é que a generalidade dos salários não são valorizados, existem trabalhadores especializados que já estão a auferir salários ao nível da remuneração mínima garantida
Trabalhadores que trabalham à 20 e à 30 anos sem atualizações salariais relevantes, e outros que com dezenas de anos de serviço que não conhecem outro salário a não ser o salário mínimo, não existindo uma valorização de quem trabalha.”
Neste sistema capitalista no mercado de trabalho não funciona a lei da oferta e da procura, pois ouvimos diariamente que faltam trabalhadores em diversos sectores mas não se oferece melhores salários para fixar trabalhadores, vivemos mesmo numa Região onde milhares de trabalhadores empobrecem a trabalhar.
Falam muito da estabilidade política e económica, mas esquecem que o que é determinante para as famílias é a estabilidade laboral e cada dia que passa aumenta a precariedade e a instabilidade no mundo do trabalho e muitos trabalhadores não veem os seus contratos de trabalho a termo renovados apesar da propalada falta de trabalhadores.”
Ricardo Lume afirmou ainda que “lamentavelmente os problemas dos madeirenses e porto-santenses deixaram de ser a prioridade do Governo de Miguel Albuquerque e dos partidos que têm actualmente representação parlamentar, deixamos de ouvir falar dos problemas laborais, das questões sociais, dos problemas da habitação, o parlamento Regional transformou-se numa feira de vaidade e numa arena onde os partidos se digladiam para serem os servos dos senhores que mandam na Região”.
“Os madeirenses e porto-santenses não estão condenados a esta política, é necessário que os trabalhadores voltem a ter voz no Parlamento Regional, foi precisamente essa afirmação que ouvimos da boca de muitos trabalhadores e é nesse sentindo que o PCP no quadro da CDU vai trabalhar”, concluiu.