A Rede Internacional de Verificação de Factos (IFCN) alertou hoje que o fim do programa de verificação de factos Meta a nível mundial pode causar “danos reais”.
“Se a Meta decidir acabar com o programa a nível mundial, é quase certo que vai causar danos reais”, afirmou a rede constituída por mais de 130 organizações, incluindo a Agência France Presse.
Entre os mais de 100 países com um programa semelhante, alguns são “altamente vulneráveis à desinformação”, acrescentou o organismo com sede em Miami, Estados Unidos.
A decisão da Meta – sociedade que detém a plataforma digital Facebook, e as redes sociais Instagram e WhatsApp – anunciou esta semana que vai pôr termo ao programa de verificação de factos nos Estados Unidos.
Na quinta-feira, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) disse que a decisão da Meta de terminar o programa de verificação de dados nos Estados Unidos abre a porta à “desinformação generalizada” e ao “discurso de ódio”.
Por enquanto, a decisão da Meta só vai ocorrer nos Estados Unidos.
Se a empresa, liderada pelo magnata norte-americano Mark Zuckergerg, o quisesse fazer também na União Europeia, a plataforma teria de apresentar uma avaliação de risco à Comissão Europeia para determinar se está ou não em conformidade com a legislação comunitária sobre serviços digitais.
Bruxelas considera os verificadores acreditados “uma forma eficaz de mitigar os riscos”, mas está aberta a aceitar outras opções, desde que sejam igualmente eficazes.
Fontes da União Europeia indicaram que a Meta já enviou a Bruxelas uma avaliação de impacto caso a medida fosse adotada no bloco europeu, um documento que a Comissão Europeia está a analisar sem ter apresentado um calendário específico.