Francisco Gomes, deputado do Chega na Assembleia da República, quer saber se a Comissão Nacional para o Acompanhamento do PRR está a par de tudo o que se está a passar na Madeira no que toca ao uso PRR e se garante que os fundos não estão a ser usados para alimentar redes de compadrio e corrupção.
A questão foi levantada numa audição a Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, realizada na Comissão Eventual de Acompanhamento da Execução do PRR e do ‘Portugal 2030’, que o deputado madeirense integra em representação do Chega.
O parlamentar começou por lamentar o que interpreta como a “relutância” em falar da Madeira que é demonstrada por quase todos os ministros, secretários e líderes de instituições quando são chamados às comissões parlamentares.
“Há um receio e até um espírito de negação em dizer seja lá o que for sobre a Madeira, como se estivéssemos a falar de um povo enclausurado numa terra de ninguém e sobre o qual ninguém fala, nem quer falar”, disse Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República.
De seguida, Francisco Gomes alertou para o facto de que o PRR é uma oportunidade importante para alavancar a economia e dar resposta a problemas estruturais, todavia apontou para o fato de que, na sua opinião, governo regional da Madeira não é um exemplo de boas práticas na gestão dos dinheiros públicos.
Depois, sublinhou que, a seu ver, é natural que se suspeite que os mesmos governantes que, na sua ótica, têm gerido de forma pouco séria tantos assuntos da Região, não estejam a proceder melhor no que toca às verbas do PRR.
“Tem havido uma lamentável falta de transparência na gestão política regional e o meu receio é que os maus hábitos que fizeram meio governo arguido em dois processos judiciais contaminem a gestão das importantes verbas do PRR.”, apontou.
A concluir, e dando como exemplo certos projectos imobiliários que têm nascido na Região, o deputado do Chega reforçou a ideia de que, a seu ver, é muito provável que dinheiros públicos estejam a ser usados pelo governo regional para satisfazer certas clientelas, em detrimento do bem comum.
“Acredito firmemente que há verbas públicas a serem usadas para financiar empresas amigas e alimentar a selvajaria da especulação imobiliária, empurrando milhares de madeirenses ainda mais para o desespero”, finalizou.