Trabalhadores da Administração local prometem “intensificar” ações de luta

Trabalhadores e ativistas em protesto durante a greve de trabalhadores da administração local, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

Os mais de 2.000 manifestantes que participaram hoje, em Lisboa, num protesto convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) aprovaram por “aclamação” uma resolução que prevê a intensificação da luta por melhores condições salariais e de trabalho.

O protesto saiu do Jardim da Estrela, pelas 11:10, passou pelo Rato, e terminou pelas 11:45 no Jardim das Francesinhas, junto à Assembleia da República e à residência oficial do primeiro-ministro, Luís Montenegro, juntando mais de 2.000 pessoas, provenientes de todo o país (continente e ilhas)

“A borla tem de acabar – disponibilidade e piquete é para pagar”, “Deixem-se de brincadeiras, respeitem as carreiras” e “É urgente e necessário o aumento do salário”, foram algumas das palavras de ordem que saíam dos microfones das carrinhas de som e que foram repetidas pelos manifestantes ao longo do percurso.

Na base do protesto, como explicou a presidente do STAL, Cristina Torres, está a necessidade de aumentar o salário mínimo na administração pública e o subsídio de refeição, bem como o alargamento da abrangência do Suplemento de Penosidade e Insalubridade (SPI), medidas que contribuiriam para “valorizar os trabalhadores”.

Essas reivindicações constam também de uma resolução, do STAL e do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que foi no final do percurso votada por unanimidade e aclamação e que será posteriormente enviada ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.

“Queremos exigir ao Governo que dê, imediatamente, início a um processo negocial com os sindicatos. A luta irá intensificar-se nos próximos tempos, sobre todas as formas”, afirmou, no seu discurso final, o presidente do STML, Nuno Almeida.

A mesma mensagem foi repetida pela presidente do STAL e pelo coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, que também intervieram no final.

“Têm que nos responder porque esta luta é justa. É necessário que se resolva este problema e voltaremos cá as vezes que forem necessárias até que nos ouçam”, sublinhou a presidente do STAL.

A manifestar o apoio aos trabalhadores esteve também o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, que aguardou a passagem dos milhares de manifestantes junto à Assembleia da República.

A realização da manifestação afetou vários serviços, como escolas, recolha de lixo, bibliotecas e museus, segundo disse à agência Lusa o presidente do STML, sem precisar dados.

Em 25 de junho, o STAL entregou um abaixo-assinado ao Governo, subscrito por 25 mil trabalhadores, com as principais propostas do sindicato.

Em causa estão o aumento do salário mínimo na administração pública e do subsídio de refeição, bem como o alargamento da abrangência do Suplemento de Penosidade e Insalubridade (SPI).

Relativamente ao SPI, o STAL defende o aumento da sua abrangência, quer em relação aos trabalhadores que beneficiam dele, quer à sua aplicabilidade.

“Ficou muito limitado. Ficou só para os trabalhadores da carreira de assistente operacional e, dentro desta carreira, para um conjunto limitado também de profissões. Nós consideramos que é possível e necessário alargar o âmbito deste suplemento a outras carreiras e a mais profissões”, defendeu Cristina Torres.

O sindicato pretende igualmente que o subsídio deixe de ser apenas de penosidade e insalubridade e passe também a ser de risco.

Atualmente, o valor do SIP mais alto é de 4,99 euros (por dia) e o mais baixo de 3,36 euros, sendo pedida uma “atualização destes valores com base na inflação”.

Outra das reivindicações tem a ver com um incremento mínimo de 150 euros de todos os salários e o estabelecimento em 2025 de um salário mínimo, na administração pública, de 1.000 euros (atualmente, o valor é de 821,83 euros).

O aumento do subsídio de refeição dos atuais seis euros para os 10,50 é outra das reivindicações.

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