As forças israelitas indicaram hoje que abateram 12 militantes palestinianos na quarta-feira, no primeiro dia de uma larga operação militar na Cisjordânia ocupada, que ocorre a par do conflito na Faixa de Gaza.
Em comunicado, o Exército referiu que na operação, conduzida em Jenin e Tulkarem pelas Forças de Defesa, Agência de Segurança e Polícia de Fronteira, “12 terroristas foram eliminados, mais de 10 suspeitos procurados foram detidos, dezenas de engenhos explosivos foram desmantelados e armas foram confiscadas”.
Em Tulkarem, foram eliminados cinco indivíduos escondidos no interior de uma mesquita, segundo o Exército, indicando que, entre os mortos, conta-se Muhhamad Jabber (ou Abu Shujaa), alegado chefe de uma rede em Nur Shams que esteve “envolvido em numerosos ataques terroristas”.
A Jihad Islâmica confirmou que Mohammed Jabber foi morto durante o ataque em Tulkarem.
Era, segundo a agência Associated Press, um herói para muitos palestinianos e que, no início do ano, tinha sido dado como morto numa operação israelita, para mais tarde fazer uma aparição surpresa no funeral de outros militantes, onde foi levado em ombros por uma multidão que o aplaudia.
Durante a operação, “os soldados apreenderam suspeitos de terrorismo e localizaram e confiscaram armas, incluindo metralhadoras M-16, munições e equipamento militar adicional”, disse ainda o Exército, dando conta de apenas um militar israelita ferido sem gravidade.
A operação, que hoje entrou no segundo dia, suscita “profunda preocupação” por parte da ONU, que alerta para o risco de “alimentar uma situação já explosiva na Cisjordânia ocupada”.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou hoje para o fim imediato desta ação militar, condenando “firmemente a perda de vidas humanas, sobretudo de crianças”.
O exército israelita lançou na quarta-feira colunas blindadas para Jenin, Tulkarem, Toubas e os seus campos de refugiados, no norte da Cisjordânia, onde grupos armados que lutam contra a ocupação israelita são particularmente ativos.
A ação israelita na Cisjordânia ameaça alastrar o atual conflito na Faixa de Gaza, onde Israel combate há mais de dez meses o grupo Hamas, provocando mais de 40 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais controladas pelos islamitas palestinianos, além de uma catástrofe humanitária.
A ofensiva israelita surgiu em retaliação a um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro, deixando cerca de 1.200 mortos e levando mais de 200 reféns.