A equipa da Confiança na Câmara Municipal do Funchal torna público o programa proposto pelo atual executivo para a criação de uma área de intervenção urbanística na zona do Amparo que prevê a edificação de oito prédios, alguns com nove pisos, encaixados em apenas 15 mil metros quadrados.
A coligação recorda que, na última reunião de câmara foi aprovada, apenas com os votos favoráveis do PSD, a submissão a consulta pública da Unidade de Execução 06-A do Plano de Urbanização do Amparo, “sem que a mesma tenha sido previamente apresentada publicamente e discutida”. “A intenção do executivo em aprovar de forma apressada e pouco discutida este instrumento de gestão territorial apanhou de surpresa os vereadores da oposição, nomeadamente quando o mesmo prevê que os 20 dias de discussão pública aconteçam durante o mês de Agosto, levantando suspeitas sobre a boa-fé da proposta”, expressa a Confiança em comunicado.
“As suspeitas de estarmos na presença de um instrumento de gestão territorial feito como um ‘fato à medida’ para alguns promotores privados, e à revelia do interesse público, adensam-se quando o vereador do urbanismo apresenta uma proposta para metade dos terrenos previstos na Unidade de Execução em análise, deixando os restantes para altura posterior. Já a falta de transparência neste processo torna-se evidente na circunstância da presidente em exercício, Cristina Pedra, anuncia à comunicação social que a consulta pública seria para a construção de um novo arruamento que liga a Avenida Mário Soares ao Caminho do Amparo”, lê-se.
A Confiança diz que não pode “compactuar com esta gritante falta de honestidade e absoluta opacidade dos processos, quando na verdade o que está em causa é a criação de oito lotes de construção, sendo que em metade prevê-se a construção de prédios com 9 pisos e na outra metade prédios com 8 pisos, onde a referida estrada resume-se a uma necessidade imperativa dos promotores, de modo a permitir o acesso às garagens dos empreendimentos imobiliários previstos”, acusando o executivo de, “pela calada das férias de verão”, aprovar um “novo ‘Dubai’ no Amparo”.