O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, prometeu hoje uma “renovação nacional” do Reino Unido, após a apresentação do programa legislativo para os próximos meses com medidas para acelerar o crescimento económico, mas admitiu que não será fácil.
“A cada dia que passa, o meu governo está a encontrar novas e inesperadas marcas dos últimos 14 anos”, lamentou o líder do Partido Trabalhista, a propósito do período em que o Partido Conservador, agora na oposição, esteve no poder.
O plano apresentado hoje, menos de duas semanas depois de Starmer assumir funções, representa “os primeiros passos de muitas das prioridades”, mas o primeiro-ministro britânico vincou que “a renovação nacional não é uma solução rápida” e que os problemas “vão demorar tempo a reparar”.
Do programa para a sessão legislativa que hoje começa, lido pelo Rei Carlos III como é tradição, constam medidas para descentralizar poderes, facilitar a construção de habitação e infraestruturas, expandir as energias renováveis e atrair investimento privado.
O Governo também quer introduzir legislação para reforçar os direitos laborais, nacionalizar os serviços ferroviários, combater a imigração ilegal, acabar com os membros hereditários da Câmara dos Lordes e proteger os arrendatários.
Do Executivo anterior, este Governo recuperou propostas de lei para criar um regulador para o futebol, reduzir o tabagismo e criar um monumento em memória do Holocausto, as quais o ‘Labour’ tinha apoiado enquanto estava na oposição.
Pressionado por membros do próprio partido e da oposição a levantar o limite que só permite aos pais receberem subsídios até um máximo de duas crianças, Starmer respondeu ter criado um grupo de trabalho para delinear uma estratégia de combate à pobreza infantil.
Agora como líder da oposição, o antigo primeiro-ministro Rishi Sunak congratulou-se com a manutenção de algumas das suas políticas, mas questionou outras opções, como o cancelamento do plano de deportação de imigrantes ilegais para o Ruanda.
“A questão fundamental é saber o que fazer com as pessoas que chegam aqui ilegalmente, mas que não podem ser devolvidas ao seu país de origem”, vincou, reiterando o “receio de que, sem esse elemento dissuasor, o país acabe por ter de aceitar um grande número de pessoas que atravessam o Canal [da Mancha] ilegalmente”.