O cardeal D. Américo Aguiar, que participa, neste momento, na Assembleia Legislativa da Madeira, numa conferência sobre a doutrina social da Igreja, afirmou, há momentos, aos jornalistas, que “a sua maior preocupação, nos dias de hoje, tem a ver com o problema das pessoas que, em todo o país, trabalham muito e que, ao fim do mês, aquilo que recebem, não correspondem aos seus gastos”.
Depois de uma visita ao Museu de Arte Sacra e em declarações ao JM e ao Jornal da Madeira (jornal da Diocese), aquele que foi o responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu em Lisboa, no último ano, disse-se preocupado com a frustração de uma faixa etária dos nossos jovens trabalhadores. “Nunca tivemos uma geração tão preparada, é verdade. Mas também nunca tivemos uma geração tão defraudada nas suas expectativas. Muitos jovens têm um choque quando chegam ao mundo do trabalho. Primeiro, porque não vão receber o que esperavam. Depois, porque há coisas que não correspondem ao que esperavam na vida do trabalho”, sublinhou.
”Haverá uma fatia dos jovens, que se vão sentir frustrados e que gerarão uma fratura”, disse.
Na iniciativa organizada pela Associação Cristã de Empresários e Gestores, o cardeal disse que Portugal vive um tempo muito exigente. Lembrou a guerra à porta da Europa, outra na terra de Jesus e os problemas graves que estão pela frente. D. Américo Aguiar afirmou que a sociedade está a se habituar aos bocadinhos a esta III Guerra Mundial e referiu que estamos mais ou menos todos descansados, até que um dia as coisas possam afetar, mais diretamente, as nossas vidas.
Lembrou ainda o desafio descoberto com o confinamento resultante da pandemia de covid-19, em que a Europa foi vendo que não produzia nada. “Descobriu que não era autónoma em quase mais nada. Os órgãos europeus decidiram-se pela re-industrialização que o cardeal espera seja ecológica e sustentável mas responda ao respeito dos empresários e dos trabalhadores.