Francisco Gomes, deputado do Chega na Assembleia da República, quer que a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, explique ao parlamento nacional as condições de trabalho dos agentes da PSP da Região Autónoma da Madeira.
Num longo ofício dirigido à governante que tutela as forças de segurança, o deputado madeirense coloca um total de sete questões, todas elas focando os problemas que, na sua opinião, condicionam a capacidade da PSP de cumprir a missão que sobre si recai.
“É crucial considerar com seriedade os desafios e as muitas dificuldades com que se deparam os agentes da PSP da Madeira, pois o reconhecimento e a resolução dos mesmos, assim como a valorização das suas carreiras, são essenciais para que esses profissionais tenham as condições necessárias para desempenhar a sua importante missão de forma eficaz.”
Um dos primeiros assuntos focados por Francisco Gomes foram as condições de degradação de algumas das esquadras, nomeadamente no Porto Santo e em Machico, assim como a falta de recursos humanos. Para o parlamentar, a falta de agentes pode, em breve, levar ao encerramento de subunidades em concelhos como o Porto Moniz, Ribeira Brava, São Vicente, Porto Santo e Calheta, no período noturno.
A juntar a isto, o deputado do Chega questiona Margarida Blasco sobre os Serviços de Assistência na Doença aos agentes da PSP, apontando que não existem médicos especialistas disponíveis na Região, e exige clarificações sobre se o Estado continuará a pagar as comparticipações na compra dos medicamentos aos beneficiários do subsistema de saúde da PSP.
Na mesma linha, o parlamentar alerta para o aumento no número de agressões contra agentes da PSP e questiona pelas medidas que o Ministério da Administração Interna tem previstas para colmatar a já diagnosticada falta de equipamentos de proteção individual para fazer face às muitas ameaças que os agentes da PSP enfrentam no cumprimento da sua missão.
A concluir, Francisco Gomes alerta a ministra da Administração Interna e critica a falta de pagamento do subsídio de insularidade aos agentes da PSP, que, a seu ver, coloca os agentes numa posição discriminatória em relação aos funcionários de todos os demais serviços do Estado na Região.
“A ministra não pode continuar a assobiar para o lado, enquanto as condições de trabalho dos agentes da PSP pioram diariamente. Já está criada uma situação explosiva, dificílima de gerir. Se não foram dados passos concretos de melhoria, podemos perder quase toda a capacidade de resposta aos crimes e às ameaças à segurança, que já estão a crescer”, disse.