A cidade japonesa de Nagasaki não vai convidar Israel para a cerimónia de paz que organiza todos os anos a 09 de agosto em homenagem às vítimas da bomba atómica, lançada pelos Estados Unidos em 1945.
“Suspendemos o envio da carta de convite” ao embaixador israelita no Japão, declarou o presidente da Câmara de Nagasaki, Shiro Suzuki em conferência de imprensa.
Em vez do convite, a autarquia de Nagasaki enviou à embaixada de Israel uma carta “apelando a um cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza, território palestiniano sitiado e atacado há quase oito meses pelo Exército israelita em resposta ao ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro do ano passado.
Suzuki justificou ainda a suspensão do convite a Israel com a preocupação de evitar “incidentes” durante a cerimónia referindo-se às “tensões” e manifestações que se verificam em muitos países.
Nagasaki convidou o representante palestiniano no Japão, tal como acontece todos os anos, disse o conselho municipal à France Presse.
A embaixada israelita em Tóquio não se pronunciou sobre a decisões do presidente da autarquia de Nagasaki.
A 09 de agosto de 1945, três dias após o primeiro bombardeamento atómico da História, contra Hiroshima, a cidade de Nagasaki foi atingida pela bomba atómica, matando 74 mil pessoas.
Após os dois bombardeamentos norte-americanos que precipitaram a rendição do Japão e o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Hiroshima e Nagasaki tornaram-se símbolos da paz e do desarmamento nuclear.
É habitual que as duas cidades convidem dignitários de todo o mundo para as respetivas comemorações anuais.
Os representantes da Rússia e da Bielorrússia não foram convidados desde a invasão da Ucrânia em 2022.
Ao contrário de Nagasaki, Hiroshima decidiu recentemente continuar a convidar Israel para a cerimónia que ocorre a 06 de agosto.
A decisão da autarquia de Hiroshima suscitou críticas.
De acordo com os meios de comunicação social locais, Hiroshima nunca convidou o representante palestiniano para as cerimónias anuais.