O presidente indigitado Miguel Albuquerque justificou hoje a aposta na continuidade dos membros do Governo, com a exceção de Rui Barreto, do CDS, com a necessidade de ter uma equipa com “experiência governativa”, numa altura em que é preciso “rapidez” na ação.
Miguel Albuquerque apresentou hoje ao representante da República para a Madeira o elenco governativo, que mantém os mesmos secretários nas atuais pastas, ainda que haja ajustes decorrentes da saída de Barreto. Nessa mexida, a Economia passa para o Turismo e Cultura e o Mar e Pescas ingressa na Agricultura e Ambiente, embora o IDE vá para as Finanças e os portos para os Equipamentos e Infraestruturas.
“A ideia deste governo é manter os mesmos titulares, uma vez que, dadas as circunstâncias e a necessidade de ter um governo que atue o mais rapidamente possível, é necessário ter secretários com experiência dentro dos dossiês, tanto mais que temos de dar continuidade aos fundos comunitários, quer ao PRR, cujos concursos já estão lançados para os lares, cuidados continuados e outras áreas como o ambiente, designadamente, na hídrica, quer por ser fundamental que o governo atue logo a partir do primeiro dia do exercício das suas funções”, mencionou.
À saída do Palácio de São Lourenço, o presidente indigitado comentou também a necessidade de entendimentos no parlamento para o governo manter-se em funções.
Depois de lembrar que o PSD venceu com mais de 20 mil votos as eleições e teve mais oito deputados do que o PS, Miguel Albuquerque reforçou o argumento de Ireneu Barreto, apresentado depois das reuniões com os partidos políticos, na passada semana, de que “não há alternativa à esquerda”.
“Neste momento, não há qualquer possibilidade de construção de uma alternativa parlamentar à esquerda do PSD, ou seja, o PS não tem essa possibilidade, e o que é necessário é fazer uma leitura do sufrágio dos madeirenses e porto-santenses, que impõe um conjunto de concertações e entendimentos no quadro parlamentar para se prosseguir a governação”, afirmou.
Albuquerque reconheceu que, no atual quadro parlamentar, “há a necessidade de o governo ter um maior diálogo com as outras forças partidárias”, e assumiu que esse entendimento “tem de ser” conseguido.