Chega pede fiscalização à gestão das verbas do PRR

O Chega entende que o Governo Regional está a fazer uma gestão incompetente das verbas da União Europeia que estão a transferidas para a Região ao abrigo do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). A opinião foi expressa por Francisco Gomes, deputado madeirense do Chega, numa audição realizada na Assembleia da República ao ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, a quem exigiu disponibilidade para instaurar uma fiscalização profunda ao uso das verbas do PRR na Região.

Para o parlamentar do Chega, o governo regional da Madeira tem usado a esmagadora maioria dos setecentos milhões do PRR para “obra pública de cariz eleitoralista”. Na sua perspetiva, tal situação não só contraria os objetivos do PRR, mas também representa mais um esforço da liderança do PSD-Madeira de “alimentar as suas clientelas e a rede de interesses em que está envolvido há décadas.”

“O PRR foi criado para apoiar a recuperação económica, promover a criação de emprego, modernizar a administração pública e promover a coesão. Ao contrário de tudo isto, o governo regional esteve a usar o PRR para financiar o seu programa, fazer campanha com investimento que não pagou e dar obras públicas às empresas dos amigos. Ou seja, tem usado dinheiro da Europa para enganar as pessoas e dar de ganhar às redes de amiguismo que asfixiam a Madeira.”

Francisco Gomes apontou ao ministro da Coesão Territorial que, muito ao contrário do que é descrito nos relatórios oficiais do governo regional, a aplicação das verbas tem sido deficitária no sentido de que não colmata as grandes dificuldades que a Madeira enfrenta em questões de mobilidade, transportes, Saúde e assimetrias sociais.

Segundo o deputado do Chega, a maior prova do desaproveitamento que o governo tem feito dos fundos europeus é a pobreza instalada na Região, a qual continua a subir e não dá sinais de abrandamento.

“Mesmo com 700 milhões de PRR e muitos milhares de milhões de outros dinheiros europeus, continuamos a ser a região mais pobre de Portugal. Isto não é o fruto do azar ou do destino, mas o reflexo da incompetência, pura e dura, de um PSD-Madeira que se alapou ao poder e que usa o poder para alimentar os seus amigos. É um partido que, há muito, se serve da Madeira para criar fortunas numa certa elite e não para servir os madeirenses.”

A terminar, Francisco Gomes expressou ao ministro da Coesão a urgência de realizar uma fiscalização constante, independente e extensiva ao uso que a Região tem feito do PRR. Na sua ótica, só assim será possível perceber a rede de interesses e influências que o governo tem criado e alimentado à sua volta com dinheiros públicos, incluindo os do PRR.

“Isto já não vai lá com falinhas mansas. Exigimos uma fiscalização total ao uso que o governo tem feito das verbas do PRR, pois os madeirenses e a União Europeia têm de saber com transparência como é que o dinheiro anda a ser gasto e em que é que anda a ser gasto. Claramente, não é em prol dos cidadãos nem dos problemas estruturais da Madeira, que se agravam. Já os amigos do PSD-Madeira, estão cada vez mais ricos”, conclui.

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