Os atuneiros da Madeira estão ainda a decidir se amanhã, pelas dez horas, rumam em direção à Lota do Funchal, bloqueando aquele espaço, como forma de protesto contra as políticas, ou ausências delas, tomadas pelo Governo Regional para o setor das pescas.
Vítor Sousa, um dos armadores, afirma, ao Jornal, que desde que o Governo Regional “entregou as Pescas ao CDS, nada, mesmo nada, tem sido feito pelos pescadores”.
O proprietário da Pérola de Santa Cruz, adianta que na origem deste descontentamento, está, entre vários assuntos, a baixa quota atribuída à Região, que se esgotou num mês. “Nós precisamos de apoio do nosso Governo Regional”, considerou.
Nega que os pescadores estejam a ser influenciados pelos partidos e diz que estes profissionais só querem que o Governo faça chegar à UE as suas preocupações. “Como se justifica que Portugal tenha uma quota tão pequena? Em 2006, tínhamos 11 mil toneladas de quota. Agora, temos pouco mais de duas toneladas. Para onde foi o resto? A quem atribuíram?”, questionam.
A 9 de maio, já a quota estava esgotada e as embarcações estão paradas. Se antes trabalhavam seis meses, agora vão ao mar apenas um mês. Cada embarcação tem em média 17 a 18 pescadores. Madeirenses, são cerca de meia dúzia de embarcações. A situação está “extremamente complicada”, admite.