A obra de Reabilitação e Restauro do Convento de Santa Clara recebeu o prémio APOM na categoria de ‘Salvaguarda, Reabilitação e Restauro’. Também o projeto ‘Livro Sem Pontos’, do MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira recebeu uma menção honrosa na categoria de Projeto de Educação e Mediação Cultural.
Esta distinção surge através da edição de 2024 dos prémios da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) que, por sua vez, atribuiu um prémio e uma menção honrosa a projetos desenvolvidos pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura através da Direção Regional da Cultura.
Refira-se que o Convento de Santa Clara reabriu ao público a 18 de maio de 2023, depois de uma campanha de reabilitação e restauro projetada e coordenada pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura através da Direção Regional da Cultura, que contou com a parceria do Laboratório José de Figueiredo e do Museu Nacional do Azulejo.
A “complexa e cuidada” intervenção global nas áreas visitáveis foi possível com o apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) – Programa Operacional da Região Autónoma da Madeira 2014-2020 (Madeira 14-20), e teve um custo total elegível de 2.299.797,20 euros, ficando 1.954.827,62 euros a cargo do FEDER. Beneficiou o convento de conservação e restauro do seu património artístico, móvel (pinturas, esculturas, azulejos, ourivesaria) e integrado (talha dourada e tapetes de azulejos), como uma escavação arqueológica nos poços-cisterna. Sendo então lançado um guia e desdobrável / folheto (bilingues).
O Convento de Santa Clara, incluindo a sua igreja, está classificado como Monumento Nacional, desde 1940. Foi o Papa Sixto IV quem autorizou a construção deste convento, em 1476, mas as obras só começaram em 1492. A igreja e o Convento de Santa Clara sofreram alterações significativas, ao longo dos séculos, mas subsiste ainda significativo património do final do século XV e do século XVI. O grande espólio patrimonial centra-se nas obras dos séculos XVII e XVIII, também de oficinas estrangeiras, nacionais e regionais, que expressam as condições económicas dos comitentes, assim como o gosto vigente da sociedade madeirense de então.
Por seu turno, ‘Livro sem pontos’ foi dinamizado por uma equipa pedagógica de 6 elementos e teve como base de trabalho a exposição ‘Como uma ilha sobre o mar: Lourdes Castro’, que mostrou transversalmente a vida e obra da artista.
Na mediação pedagógica desta exposição, foi apresentado um conjunto variado de ações de cariz pedagógico. Foi objetivo do MUDAS.Museu, motivar, aproximar e envolver a comunidade numa partilha dinâmica de conhecimentos e experiências criativas, no âmbito da arte contemporânea. Assim, foi promovida a reflexão e a troca de experiências, através de estratégias pedagógicas que visaram sensibilizar para as questões centrais da sociedade atual. As visitas orientadas e temáticas exploraram várias vertentes da vida da artista, exercícios performativos, oficinas temáticas que exploraram o desenho, pintura, gravura, cianotipia, cerâmica, aplicação de vidrados, entre outros.
Este projeto colaborativo com a associação ‘Dançando com a Diferença’, uma companhia profissional que tem como missão ‘promover a Inclusão Social e Cultural através da Dança Inclusiva’, apresentou um conjunto de atividades que abordaram as temáticas e os processos criativos da artista e, ao mesmo tempo, procurou estimular a criatividade, a literacia e a partilha intergeracional e multicultural dos visitantes. Está prevista uma edição, física ou digital, do ‘Livro sem pontos’.
Este projeto de mediação integrou paralelamente um Congresso de Arte Contemporânea evocativo da vida e obra da artista ‘In memoriam: Lourdes Castro’.
O investigador madeirense Manuel Biscoito, conservador do Museu de História Natural do Funchal e presidente da Associação dos Amigos do Museu Quinta das Cruzes, também recebeu um prémio na categoria de Conferência.
Para o secretário regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, estas distinções, de que a Região está hoje a ser merecedora, devem orgulhar “não apenas para o setor cultural, mas todos os madeirenses e porto-santenses”.
O governante sublinha que os prémios são um “reconhecimento daquilo que se faz de bom na Região em prol da Cultura e do Património”, seja da responsabilidade das entidades públicas, seja de outras entidades, como é o caso da Comunicação Social que tem um papel importante da divulgação de tudo o que é feito nesta área.
“Estes prémios são uma recompensa por todo o trabalho realizado e um incentivo a mais projetos e iniciativas”, diz ainda Eduardo Jesus, felicitando todos os premiados de hoje.