Chega: Francisco Gomes acusa Governo de “trocar autonomia por interesses”

Francisco Gomes defende que, na próxima legislatura, o governo regional “terá de trabalhar no sentido de concretizar um número importante de objetivos”.

Francisco Gomes deputado do Chega na Assembleia da República, aponta que “o governo regional que emergir do quadro parlamentar resultante das eleições de 26 de maio terá de assumir a defesa e o aprofundamento da autonomia como desígnio e prioridade”, considerando que também, nos últimos anos houve um “claro retrocesso” nas condições da autonomia da Madeira.

“A capacidade de diálogo e de reivindicação da Madeira junto da República é, hoje, muito menor do que era há alguns anos. Aliás, nunca foi tão baixa a influência do governo regional junto do governo da República, realidade que é o oposto daquilo que o governo regional erradamente apregoa”, expressa o deputado, em comunicado.

No ponto de vista de Francisco Gomes esta situação reflete a “indisponibilidade da liderança governativa regional” para assumir a autonomia como tema central da governação, assim como a sua “marcada incompetência” para fazer a “pedagogia da autonomia”.

“O governo regional reduziu a autonomia a uma bandeira de campanha, que agita conforme lhe é conveniente para ressuscitar a ideia de um passado de suposta glória, que já não existe e não se volta a repetir. Porém, na governação, a autonomia foi colocada de lado, pois a prioridade foi alimentar clientelas e criar fortuna para uma elite de governantes, que nós todos sabemos quem são”, acrescenta.

Assim, Francisco Gomes defende que, na próxima legislatura, o governo regional “terá de trabalhar no sentido de concretizar um número importante de objetivos, entre os quais a revisão da Lei das Finanças Regionais, criação de um sistema fiscal próprio, eliminação do Representante da República e aumento das transferências do Estado, em especial para compensar os sobrecustos em áreas como a Educação e a Saúde”. A juntar a isto, defende “uma expansão significativa dos poderes dos órgãos de governação própria, os quais, para o deputado, deverão ter como únicos limites as áreas da Defesa, Segurança, Segurança Social, Negócios Estrangeiros e Justiça, que deverão ser competências exclusivas do governo central”.

“O que se faz na Madeira, é em Portugal que se faz. Por isso, a democracia evoluída e madura que o estado português diz ser não pode ter medo do aprofundamento praxístico que a natural e legítima evolução da autonomia exige. Temos orgulho em ser madeirenses e isso nunca nos pode custar sermos tratados como portugueses de segunda”, remata.

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