“Na semana em que se soube que, no último ano, a CMF acumulou prejuízos superiores a 5 milhões de euros, o executivo municipal apresenta uma proposta para voltar a aumentar o número de cargos de chefia, com a criação de novas unidades orgânicas”.
Constatação da Coligação Confiança que, numa nota enviada à redação, indica que a estrutura de organização da Câmara Municipal do Funchal proposta pelo executivo, “ascende a uma centena de unidades orgânicas, com 3 direcções municipais, 19 departamentos, 55 divisões, 20 unidades e 3 gabinetes, às que se acrescem 45 secções, configurando uma criação artificial de cargos para poder satisfazer clientelas partidárias”.
A Confiança considera ser “inqualificável” que a um ano de terminar o mandato “ainda se esteja a brincar com a estrutura orgânica da Câmara, criando cargos artificialmente e ao gosto do freguês, conforme a conveniência das necessidades partidárias”, denuncia Rúben Abreu, vereador da Confiança.
“Esta proposta, feita em cima do joelho, constitui mais uma prova do desnorte que impera no Município do Funchal, sob os maus auspícios desta gestão”, lamenta o autarca.
Rúben Abreu, anterior titular do pelouro dos recursos humanos, conclui afirmando que “os munícipes são os principais prejudicados com esta situação, porque enquanto o executivo perde tempo com a dança das cadeiras de dirigentes, os funchalenses ficam sujeitos à contínua degradação da qualidade dos serviços prestados”.
“No início deste ano, os vereadores da Confiança denunciaram o clima de instabilidade sentido na Câmara Municipal do Funchal, com vários dirigentes a bater com a porta e outros a ser exonerados, identificando o estilo de gestão autoritária do atual executivo PSD como o principal responsável pela situação”, aponta.
A Confiança recorda ainda que “este executivo tem mudado a orgânica da câmara todos os anos, sendo costumeiras as substituições ocorridas na equipa de vereação, nos respetivos gabinetes e nos administradores de empresas municipais”.
“A proposta foi aprovada pela maioria PSD na reunião de executivo municipal, contando com os votos contra da Confiança, sendo agora submetida para a Assembleia Municipal onde deverá ser discutida na sessão ordinária que ocorrerá no final deste mês de Abril”, remata.