O Chega-Madeira acusa o Governo Regional de não estar disponível para resolver os problemas das pescas e de bloquear as iniciativas que visam aumentar a qualidade de vida e os rendimentos dos pescadores e das suas famílias.
Ao mesmo tempo, o partido apresenta medidas para a melhoria das atuais condições do sector, algo que diz ser exequível, “bastando apenas a boa vontade da classe política”.
Miguel Castro, presidente do Chega-Madeira e cabeça-de-lista às eleições de 26 de maio, recorda que, na última legislatura, o partido apresentou uma proposta que reduzia o perímetro de proibição de pescas em torno das ilhas Selvagens das doze para duas milhas. A medida, que se aplicava apenas à pesca de tunídeos e não tinha qualquer impacto ambiental, foi chumbada pelo PSD, CDS e PAN, refere o partido.
“Nós apresentamos uma medida que iria trazer melhorias à vida dos pescadores, que era permitir a perca de tunídeos até às duas milhas da costa das Selvagens. O PSD e as suas muletas chumbaram a medida e ainda têm o descaramento de ir para o Caniçal e para Câmara de Lobos dizer que defendem as pescas, quando foram os primeiros a chumbar uma proposta boa para os pescadores”, aponta.
Mesmo assim, Miguel Castro observa que, caso seja eleito, o partido vai coltar a apresentar a iniciativa na assembleia legislativa, assim como outras propostas incluídas no programa eleitoral do Chega-Madeira, tais como um sistema de georreferenciação que ajude a garantir a segurança das embarcações de pesca e das tripulações, a exigência de que o Estado negoceie com Bruxelas o aumento das quotas e a recomendação de maior fiscalização das águas madeirenses contra pescadores ilegais.
O líder do Chega-M também realça um número de questões de ordem mais prática que, a seu ver, “limitam o sector, são de fácil resolução, mas não recebem qualquer consideração do governo regional.” Entre essas questões estão a inoperacionalidade da máquina de gelo na lota do Funchal, que força os pescadores a terem de ir ao Caniçal abastecer gelo, gastando mais combustível.
“Alguns dos pescadores até já se ofereceram para pagar a reparação do tapete da máquina do gelo do próprio bolso, tal o incómodo que isto causa. Mas, tudo passa ao lado do secretário da tutela, que só está interessado na aquacultura e deixa os profissionais do sector ao abandono.”
A concluir, Miguel Castro realça que o governo não pode continuar alheio aos interesses dos pescadores e sublinha que os mesmos e as suas famílias estão cientes da incompetência com que o PSD tem gerido o sector.
“Estamos ao lado dos pescadores e os pescadores sabem isso muito bem. Não prometemos o que não cumprimos e, acima de tudo, não andamos pelos portos a pregar inverdades. Vamos sempre defender as pescas e nunca aqueles que se servem das pescas e dos pescadores para fins partidários e políticos”, remata.