“Todos nós temos de saber estar à altura deste tempo”, alerta Paulo Cafôfo

“Todos nós temos de saber estar à altura deste tempo”, alerta Paulo Cafôfo.

Pelo PS, falou Paulo Cafôfo, líder regional e líder parlamentar.

“Celebrar este dia é, acima de tudo, celebrar a democracia. Esta casa, a casa da palavra, da representação, do escrutínio, é também a casa da Autonomia”, disse de entrada. “É aqui que se ouve a voz plural do povo da Madeira. É aqui que se legisla para a nossa realidade. É aqui que se deve construir um futuro com mais justiça social, mais desenvolvimento e mais liberdade. Uma data que deve ser motivo de reflexão, de afirmação e de compromisso”, reforçou.

“Ao longo de quase 50 anos de Autonomia, a ALRAM tem sido palco de debates fundamentais, de decisões estruturantes e, sobretudo, da representação da vontade do nosso povo. É aqui que se devem ouvir todas as vozes, respeitar todas as opiniões e encontrar soluções para os problemas reais das pessoas”, acrescentou Cafôfo.

“Mas o respeito pela democracia não é apenas um valor simbólico, tem de ser uma prática diária. E quando assistimos a episódios como aquele protagonizado pelo Secretário Regional Eduardo Jesus, em que se atropelou a mais elementar conduta de responsabilidade política e se desrespeita a institucionalidade democrática, não podemos ficar em silêncio. Porque mais do que um caso isolado, esses comportamentos revelam uma forma de estar no poder que põe em causa os alicerces da democracia”, reavivando o recente episódio passado no hemiclclo.

“Todos nós temos de saber estar à altura deste tempo, independentemente do lugar que ocupamos. O debate não se pode confundir com gritaria, a diferença não pode ser sinónimo de divisão e a oposição não pode ser vista como inimiga. Há espaço para o confronto de ideias, mas nunca para o desrespeito pelas regras da democracia.”, disse também.

“Os perigos que enfrentamos não vêm apenas de fora. Vêm da degradação do discurso político, da tentação autoritária de quem confunde maioria com impunidade e da desconfiança que cresce nas pessoas quando sentem que esta casa já não as representa”, aditou.

“É por isso que esta Assembleia tem de ser mais do que um lugar de palavras, tem de ser um espaço de compromisso com o futuro. Com um futuro mais justo, mais coeso e mais democrático. A Autonomia não é uma herança garantida, é uma conquista permanente. Exige vigilância, ética pública e uma cultura de responsabilização. E é aqui, nesta Assembleia, que esse espírito deve ser reafirmado a cada dia”, apontou o socialista.

“O Partido Socialista está comprometido com esse caminho. Temos propostas claras para reforçar os poderes regionais, para dar mais eficácia ao exercício da Autonomia e para garantir que mais Autonomia é acompanhada de responsabilização. Há dossiês estruturais entre a Madeira e a República que não podem continuar bloqueados”.

Em outro tom, disse: “Miguel Albuquerque foi a Lisboa. Foi bater à porta de Luís Montenegro. Falou baixinho. Fez vénias. E voltou de mãos a abanar. Disse que ia defender a Madeira. Mas a única coisa que trouxe foi silêncio. A Madeira precisa de quem fale claro e não de quem volte calado”.

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